Para a Volvo, o aumento nas vendas de caminhões elétricos no País e a chegada de novos modelos e marcas com a tecnologia, depende do desenvolvimento da infraestrutura. Dessa forma, a fabricante já trabalha em algumas frentes na tentativa de criar corredores de carregamento. A marca de origem sueca já conta com 20 caminhões elétricos rodando no País. Ainda por meio da locação, os caminhões, todos modelos pesados FM Electric, estão atuando em operações industriais.
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Conforme o gerente comercial de caminhões da Volvo, Clovis Lopes, o cliente que está entrando no negócio de elétrico, tem uma rota pré-determinada cuja autonomia garante a viagem ida e volta. Ou conta com estações de carregamento nas bases.
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“Ou seja, não há flexibilidade. E precisamos criar alternativas como postos onde o cliente possa abastecer no meio do caminho. Assim, pode até estender a operação. Quando o Brasil conseguir criar uma malha de carregadores isso vai fazer com que o mercado olhe para o caminhão elétrico de modo mais amplo”, diz Lopes.
Clóvis ainda avalia como preocupante a falta de infraestrutura de recarga no País. Sobretudo para veículos comerciais. “A eletrificação é um caminho sem volta. Obviamente a gente sabe que o mercado, tão logo, não será 30% de caminhão elétrico. Mas é preciso começar a trabalhar na questão do desenvolvimento da infraestrutura, pelo menos nas principais rotas, como São Paulo a Rio, e Curitiba a Porto Alegre, por exemplo”.
Caminhão elétrico logo pode se tornar uma realidade competitivo
Conforme já publicado pelo Estradão, a Volvo junto ao Governo Federal, ou seja, o Ministério dos Transportes, anunciaram o início do estudo de viabilidade de circulação de caminhões pesados elétricos no Brasil com 2 toneladas de capacidade adicionais no eixo dianteiro. Assim, compensar o peso das baterias.
Como novidade, o Secretário Nacional de Trânsito, Adrualdo Catão, informou à nossa reportagem que os testes iniciais foram positivos. Nesse sentido, tudo indica que essa liberação, do ponto de vista técnico, possa ocorrer até o final deste ano.
Seja como for, essa é uma vantagem para o empresário de transporte. Porque na prática, essas 2 toneladas a mais resultam o total de 8 toneladas de capacidade no eixo dianteiro do caminhão. Em termos de capacidade de carga o caminhão elétrico levaria o equivalente a um modelo diesel.
“Estamos tendo algumas conquistas. Por isso, em paralelo, temos conversado com agentes ligados à infraestrutura. Ou seja, com iniciativas privadas como redes de postos e de energia. A ideia é desenhar corredores que possam atender a demanda e às necessidades que vão ocorrer nos próximos anos”, explica o gerente comercial da Volvo.
Volvo ajuda o cliente a fomentar sua rede privada
De acordo com o executivo, atualmente, todos os negócios que a Volvo está trabalhando estão relacionados à locação do caminhão elétrico, junto ela desenha o projeto de recarga do veículo.
“Ou seja, desenhamos a rota em que o caminhão vai operar. E essa rota depende muito do investimento da empresa em carregadores do ponto A ao ponto B. Mas a hora que essa infraestrutura começar a ser construída vai ficar ainda mais fácil provar que o caminhão elétrico é competitivo”.
Por fim, Clóvis reconhece que, à medida que mais montadoras forem entrando no negócio de caminhão elétrico, será mais fácil fomentar em conjunto o desenvolvimento do mercado de elétricos. Sobretudo da infraestrutura de carregamento.