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Anfavea apresenta estudo sobre descarbonização no Brasil

Conforme a Anfavea, o transporte no Brasil representa 13% das emissões de CO2 e renovação da frota em combinação com tecnologias podem ajudar a reverter o quadro

Andrea Ramos

18 de set, 2024 · 6 minutos de leitura.

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Anfavea apresenta estudo sobre descarbonização no Brasil
Volvo/Divulgação
Crédito:Volvo/Divulgação
Anfavea apresenta estudo sobre descarbonização no Brasil

Um estudo recente da Anfavea e o Boston Consulting Group apontou que o setor de transporte emitiu 242 milhões de toneladas de CO2 no Brasil em 2023. De acordo com a pesquisa, esse volume representou 13% das emissões do gás poluente geradas no País no ano passado.

De acordo com o presidente da Anfavea, Marcio Lima Leite, sem as tecnologias de descarbonização que avançam no Brasil, as emissões poderiam chegar a 256 milhões de toneladas de CO2 em 2040. Ou seja, a presença de veículos elétricos, híbridos, bem como modelos que usam biodiesel, estão ajudando a reverter esse cenário.

“Temos que intensificar os esforços no desenvolvimento e nas regras para a utilização de novas tecnologias de propulsão, assim como biocombustíveis. Dessa forma, podemos reduzir em 280 milhões de toneladas de CO2. Ou seja, o Brasil tem ótimas oportunidades de cumprir essas metas nos próximos 15 anos”, explica Leite.


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Renovação é eficaz na descarbonização da frota

O levantamento aponta ainda que em 2030, mais 50% dos veículos no Brasil terão motorização elétrica ou híbrida no Brasil. O estudo também considera a presença de modelos elétricos com geradores a hidrogênio e o uso de mais biocombustível. Porém, a pesquisa aponta que serão necessárias medidas complementares para alcançar esse resultado.

Entre elas a renovação de frota focando em veículos pesados, como os caminhões. Do mesmo modo, a intensificação da inspeção veicular e o aumento da eficiência dos combustíveis devem evoluir, bem como a adoção de programas de reciclagem veicular.

“O aumento do uso de biocombustíveis é fundamental. Principalmente porque sabemos fazer isso. Temos excelência no plantio das culturas desses biocombustíveis. Além de capazes de desenvolver tecnologias”, diz o presidente da Anfavea.


O executivo afirma que apenas com essas soluções seria possível reduzir as emissões no Brasil nos próximos 15 anos. Ou seja, a previsão para 2040, na ordem de 256 milhões de toneladas de CO2, pode cair para 224 milhões de toneladas com o uso de mais biocombustíveis. Conforme estimado no estudo, essa solução pode reduzir em 15% as emissões de veículos leves e 4% dos pesados.

“Se incluir a renovação de frota, os resultados são melhores. Porque a renovação da frota envolve caminhões, máquinas e tratores. O que levaria a uma redução mais expressiva das emissões”, explica Leite.

Sobre a renovação de frota, o vice-presidente da Anfavea, Eduardo Freitas, informou que o tema é prioritário para Ministério da Indústria. Freitas antecipou que a definição de um programa sobre esta questão deve ser divulgada pelo governo federal até o final deste ano.


“É uma pauta extremamente importante do ponto de vista da indústria e da descarbonização. Ainda mais se levar em conta a idade média da frota de pesados. Porém, o desafio é orçamentário, para tornar o programa permanente, sustentável e perene. Mas a nossa expectativa é positiva”, avalia o vice-presidente da Anfavea.

Infraestrutura

Além disso, considerando a eletrificação da frota até 2040, o estudo indica que o Brasil teria de produzir 50 mil GWh de energia elétrica por ano. Esse valor representa 8% do consumo atual de eletricidade no País.

Do mesmo modo, para atender veículos pesados, a produção de biocombustíveis, como biodiesel e HVO, teria de aumentar em 15 bilhões de litros por ano. Ou seja, um incremento de 40% na oferta atual para atender 60% da frota.


O estudo ainda inclui o gás natural veicular. Nesse sentido, o Brasil teria de aumentar a produção para mais 11 mil m³ por dia. Em suma, 13% a mais que a demanda atual.

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