Cada vez mais empresas buscam formas de reduzir as emissões de CO₂ de suas frotas de veículos. Nesse sentido, a Amaggi, um dos maiores grupos produtores de grãos do mundo, iniciou um projeto piloto que visa a substituição do diesel mineral por B100. Ou seja, o diesel feito com 100% de óleo vegetal.
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Segundo a empresa, uma das fases concluídas do projeto inclui caminhões e máquinas da frota própria abastecidos com B100. Os testes começaram em meados de 2022. Porém, ganharam força quando a Amaggi inaugurou uma usina que produz biodiesel a partir da soja em Lucas do Rio Verde (MT). Conforme a empresa, o investimento foi de R$ 100 milhões.
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De acordo com a Amaggi, sua movimentação de grãos é de cerca de 20 milhões de toneladas por ano. Além disso, desse total a produção da empresa é de 1,5 milhão de toneladas. Como resultado, a empresa garante a produção anual de 337 milhões de litros de B100. Segundo a companhia, seu consumo anual de combustível é de 120 milhões de litros.
Metas atingidas
Conforme a diretora de ESG da Amaggi, Juliana Lopes, o plano da empresa é reduzir as emissões de carbono até 2035. Do mesmo modo, a companhia pretende zerar as emissões líquidas até 2050. Dessa forma, uma das medidas foi trocar o combustível mineral pelo à base de óleo vegetal.
“Estamos começando a descarbonização por nossa área logística, o que é desafiador, porque sabemos o quanto o transporte é responsável por emissões. E, com o B100, conseguimos reduzir as emissões em 99% na comparação com o diesel B14 usado atualmente no País”, diz Juliana.
Amaggi tem a maior frota de veículos a biodiesel do Brasil
Atualmente, a frota da empresa tem 21 máquinas agrícolas da John Deere, bem como 101 caminhões Scania 500R Super com tecnologia B100. Segundo o diretor de relações institucionais da Amaggi, Ricardo Tomckzyk, mais 20 caminhões preparados para o uso do B100 chegarão este ano. Ou seja, no total serão 121 caminhões com motores movidos a B100.
“O biodiesel faz sentido na nossa operação porque nós o produzimos. Assim, ele se torna 9% mais barato em relação ao B14. Mas sabemos que conforme a demanda do mercado vai ocorrer regulação no preço do combustível”, explica Tomckzyk. A distância da usina de biodiesel até a fazenda da companhia, em Sete Lagoas (MT), é de 185 km.
Portanto, isso facilita a operação de distribuição por meio de caminhões. Na fazenda há tanques apropriados para abastecer as máquinas. Além disso, outra parte da frota vai atuar em outras operações da companhia. Por isso, têm tração 6x4 e também podem rodar com implementos do tipo rodotrem graneleiro. Há ainda uma versão 6x2 para atividades logísticas de curta distância.
Toda frota vai utilizar B100
Vale lembrar que os caminhões têm autonomia de até 2 mil km. Porém, nas atividades da Amaggi as rotas com uso de B100 não vão passar de 1,5 mil km. Considerando toda a frota da companhia em suas várias unidades, há mais de mil veículos, entre caminhões e máquinas agrícolas. Seja como for, a meta da companhia é transformar para uso de B100.
Atualmente, toda a produção de biodiesel deve ser certificada pelo Inmetro e pela Agência Nacional do Petróleo (ANP). Porém, a Amaggi informa que ainda neste ano deverá ser autorizada a certificar a qualidade do produto. A empresa também vende o B100 para as distribuidoras fazerem a mistura de 14% ao diesel, conforme determina a lei brasileira.
