A Kenworth, marca norte-americana do Grupo Paccar, também dona da DAF Caminhões, apresentou o Supertruck 2. Um caminhão com desenho futurista e com motor Paccar MX-11, o mesmo do DAF CF que roda no Brasil. Contudo, essa nova versão é 136% mais eficiente.
O Supertruck 2 é a evolução do caminhão Supertruck 1, um T660 apresentado em 2009. E foi desenvolvido para mostrar a capacidade de desenvolvimento da marca, bem como os rumos que a indústria pode tomar para reduzir as emissões.
Nesse sentido, o projeto, que levou seis anos para ser concluído, conta com a colaboração do programa SuperTruck do Departamento de Energia (DOE) dos Estados Unidos. Ou seja, projeto que visa desafiar os fabricantes de caminhões a melhorar a eficiência do transporte usando um motor diesel como fonte de energia primária.
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Kenworth SuperTruk 2
O objetivo buscado pela Paccar por meio do protótipo SuperTruck 2 era melhorar em 100% a eficiência do veículo frente ao antecessor T660. Todavia, depois de testes realizados em todos os tipos de percursos e condições, o resultado final foi acima do esperado. O caminhão obteve um desempenho de até 136%. Ou seja, com o consumo de diesel praticamente reduzido pela metade.
Conforme a engenharia do Grupo Paccar, o resultado é a soma da combinação de tecnologias embarcadas no trem de forma, mas também de design. Além disso, o peso do caminhão foi reduzido, tendo a tara de 3.175 kg. Como resultado, o modelo consome 5,5 litros a cada 100 km percorridos. Ou seja, o equivalente ao consumo de caminhão médio.
Vale lembrar que um caminhão pesado trucado equivalente ao Supertruck 2 consome em média 2,5 km/l. Claro que as condições das rodovias, temperatura e carga interferem.
"Esses resultados trouxeram como ganhos a capacidade de transportar mais carga útil. Trata-se de uma combinação de caminhão e semirreboque extremamente eficientes em termos de combustível", disse o gerente geral da Kenworth e vice-presidente da Paccar, Jim Walenczak.
Cabine e trem de força
Todavia, em termos de design de cabine, o SuperTruck 2 não surpreende muito. O veículo tem um desenho muito parecido ao Tesla Semi. Do mesmo modo, a bordo o motorista fica na posição central. Destaque para o display digital de 15” personalizável. Assim, o condutor pode interagir conforme a sua necessidade.
Como novidade, além de uma ampla área envidraçada frente até mesmo ao Semi, o modelo conta com um sistema de suspensão variável. Assim, permite personalizar a altura do caminhão de acordo com o piso que ele estiver rodando, por exemplo.
Com isso, o arrasto aerodinâmico teve redução de 48%, em relação a um Kenworth convencional. Colabora ainda para a redução no arrasto, as rodas ocultas pelos paralamas.
O super caminhão usa motor Paccar MX-11. Ou seja, um seis-cilindros em linha de 11 litros. Equivalente ao usado pela DAF no CF pesado à venda no Brasil. Porém, essa versão entrega 440 cv potência combinado a um gerador elétrico de 48 volts. Dessa forma, criando um sistema híbrido moderado, que utiliza baterias de íon de lítio. Completa o trem de força a transmissão Paccar TX-12
O sistema elétrico é recarregado por frenagem regenerativa. Assim pode alimentar todos os componentes elétricos bem como sistemas de refrigeração, sistemas de freios e um aquecedor de exaustão para pós-tratamento de emissões. Dessa forma, apenas com esse sistema híbrido, o motor MX-11 alcançou uma eficiência energética de 55,7%.
Implemento faz parte do projeto
Permitir mais carga útil foi um elemento crítico no projeto da equipe de engenharia da Kenworth. A empresa também desenvolveu um reboque que privilegia o design para acompanhar o trator. A combinação do trator com o reboque soma a tara de 11,8 t.
Segundo a Paccar, o design do caminhão, bem como a arquitetura do motor diesel, permite a utilização de células de combustível. Assim como baterias, tanques de hidrogênio ou gás natural sem a necessidade de alterações no chassi ou cabine.
Nesse sentido, vale lembrar que a Kenworth também conta com a linha de soluções de transporte com emissão zero. O que inclui um caminhão elétrico com célula de combustível de hidrogênio T680 (FCEV), o veículo elétrico com bateria T680E (BEV). Assim como o K270E BEV e o T680 movido a gás natural X15N.