A história da Mercedes-Benz começou há mais de 150 anos. Ou seja, bem antes da união de Gottlieb Daimler com Karl Benz. Aliás, em 1886 Benz patenteou um veículo que é considerado como primeiro carro do mundo com motor de combustão interna. Batizado de Motor Wagen, era um triciclo. Depois, em 1891, a Benz & Cia produziu o primeiro carro com quatro rodas.
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Gottlieb Daimler, juntamente com Wilhelm Maybach, desenvolveu em 1885 o protótipo de um motor movido a gás. No ano seguinte, a dupla instalou essa solução em uma espécie de carroça e criou o primeiro automóvel a gás. Como resultado, em 1890 eles fundaram a Daimler-Motoren-Gesellschaft (DMG).
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O primeiro carro de carga
Como uma previsível evolução dos primeiros veículos motorizados, Daimler e Benz se uniram em 1896. E desenvolveram o primeiro caminhão do mundo. Tratava-se de um modelo rudimentar. Como o objetivo não era transportar pessoas, não havia cabine como conhecemos atualmente.
Desde o início, o destaque do modelo era sua robustez. Nesse sentido, havia aros de ferro que cobriam as rodas. O motor de dois cilindros a gasolina ficava na traseira. Inicialmente, a capacidade de carga útil era de 1,5 tonelada.
Surgimento da Mercedes-Benz
Em abril de 1900, o austríaco Emil Jellinek batizou de Mercédès os carros que comprou da DMG. A nova marca, nome de sua primeira filha, foi registrada em 1902. Com a fusão da Daimler com a Benz, em 1926, surgiu uma das mais prestigiadas fabricantes de veículos do mundo; a única com nome de mulher.
Embora a história mais aceita é a de que Jellinek quis homenagear a garota, há controvérsias. Alguns historiadores dizem que o então cônsul geral do Império Austro-Húngaro na França queria mesmo evitar problemas judiciais. Afinal, com a morte de Daimler, em março de 1900, a DMG pôs à venda o nome comercial “Daimler”.
Para evitar dores de cabeça, Jellinek mudou os nomes dos carros. O primeiro a ostentar a nova marca foi o Mercedes 35 PS, que participou da Semana de Corrida de Nice, em 1901. Seja como for, é notório que Jellinek batizou várias de suas propriedades com o nome da filha. Assim, isso lhe rendeu o apelido de “Senhor Mercedes”.
Em julho de 1903, ele recebeu autorização para mudar seu nome para Emil Jellinek-Mercédès. “Provavelmente, é a primeira vez que um pai adota o nome de sua filha”, disse. Com a fusão da DMG com a Benz & Cia., estava criada a Mercedes-Benz.
E nasce uma estrela
O mundialmente famoso símbolo da Mercedes-Benz, a estrela de três pontas, representa a triplicidade das atividades da Daimler. Ou seja, fabricante de motores para uso em terra, mar e ar. Dessa forma, o logotipo foi adotado em 1909, após a morte de Gottlieb Daimler.
O símbolo foi inspirado na figura que Daimler havia desenhado num cartão postal que ele enviou à sua esposa. Na correspondência, havia a seguinte frase. “Um dia, essa estrela brilhará sobre a minha obra”.
Ao longo dos anos, o símbolo passou por várias atualizações. Em 1923, foi acrescentado o círculo. Um ano depois, com a fusão das empresas Daimler e Benz, foi incluída a coroa de louros, herdada do logotipo da Benz. A forma adotada em 1933 praticamente não mudou desde então.
Mercedes-Benz no Brasil
O primeiro caminhão Mercedes- Benz fabricado no Brasil surgiu em 1956. Assim, marcando o início efetivo de produção da fábrica de São Bernardo do Campo.
Seja como for, tratava-se do L-312, apelidado de torpedo devido à forma característica do cofre do motor. Mal sabia a Mercedes-Benz que anos mais tarde, a marca se tornaria dona dos maiores ícones do transporte brasileiro.
Os grandes sucessos
L-312
O caminhão, primeiro do Brasil com motor diesel, tornou-se famoso pelo apelido “Torpedo”. O veículo foi substituído em 1958 pelo modelo L 321. Ou seja, o famoso “cara-chata”
L1111 e L1113
Sem dúvida, além de ser uma das linhas mais vendidas do Brasil, até hoje são vistos nas estradas. Não por acaso, a fabricante da estrela vendeu cerca de 240 mil unidades. Seja como for, os caminhões chegaram ao mercado nos anos 1960. Ou seja, o L1111 em 1964. E o L1113 com motor mais potente em 1969.
Eram muito parecidos. Porém, o L1113 contava com suspensão a molas e amortecedores de dupla ação. Assim, contando com conforto que lhe tornava único.
L 608, o Mercedinho
Este foi o primeiro caminhão leve da Mercedes-Benz. Nascido no início dos anos 1970, o caminhãozinho contava com PBT de 6 t. E motor OM 314 de 3.8 litros de 85 cv. Combinado a uma caixa manual de 5 marchas. O caminhão foi produzido até 1988.
Semipesados e pesados
L-1620 e Atron
O L-1620 foi o caminhão com cabine bicuda mais famoso da Mercedes-Benz. Seu auge ocorreu entre os anos 1990 e 2000. Afinal, no início desse século, os caminhões com cabine avançada começaram a cair em desuso. Mas a Mercedes-Benz manteve-se firme. E lançou a nova geração, denominada Atron. Com a nomenclatura 1635, o caminhão com motor eletrônico OM 457 de seis-cilindros e 12 litros, desenvolvia 345 cv e 147,9 mkgf e câmbio manual da ZF com 16 marchas.
Axor
Sem dúvida essa foi a linha mais ampla da Mercedes-Benz. Lançada em 2005, tinha como predicado a robustez. Além de modelos pesados, a marca lançou versões para uso no fora de estrada. Os caminhões Axor saíram de linha em 2022, com a chegada do Proconve P8. F-Conforme a marca, ficaria inviável atualizar os caminhões, elevando o preço. Afinal, o custo benefício era a razão do tamanho sucesso.
Mercedes-Benz Actros
A linha Actros chegou em 2010 no Brasil. Assim, a marca inaugurou um novo segmento de atuação. Ou seja, o de caminhões topo de linha. Lugar antes pertencente apenas às marcas Scania e Volvo.
Com o Actros, da Mercedes-Benz subiu a régua. Oferecendo todos os sistemas de segurança ativa, e componentes de conforto para o motorista como cabine com suspensão pneumática entre outros itens, como opção de freios a disco.
Contudo, em 2019, o Actros foi atualizado. Inaugurando no País outro segmento. O de caminhão requintado e com alta tecnologia. Assim, oferecendo como itens de série uma cabine totalmente digital, a primeira do segmento. Além de câmeras no lugar dos retrovisores, mesmo que ainda como opcional.
De olho na eletrificação
Além disso, a Mercedes-Benz oferece ao mercado caminhões elétricos. Dessa forma, tudo indicar que o próximo passo será introduzir os caminhões zero emissões no Brasil. Como o e-Actros. Nesse sentido, a projeção é que a estreia ocorra na Fenatran. Afinal, o modelo já é vendido em alguns países da América Latina. Nesse sentido, a fabricante conta com o eO500U, ônibus 100% elétrico.