A Scania vai ampliar sua linha de caminhões a gás no Brasil. Conforme executivos da marca informaram com exclusividade ao Estradão, em breve haverá opções de 420 cv e 460 cv. Os motores da nova geração vão equipar caminhões das linhas G e R. O lançamento deve ocorrer em fevereiro de 2024.
Atualmente, a Scania vende no mercado brasileiro modelos a gás com três opções de potência. Ou seja, de 280 cv, 340 cv e 410 cv. Porém, esta última será substituída pela de 420 cv. Com isso, e com a estreia da inédita configuração de 460 cv, a família vai passar a ter quatro versões.
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Por ora, na versão de 410 cv o caminhão a gás tem autonomia de cerca de 400 km. Nesse caso, o modelo tem oito cilindros com 95 m³ cada. Porém, na configuração com oito reservatórios de 118 m³ cada, o intervalo entre o reabastecimento é de até 500 km.
Scania a gás de 420 cv terá maior autonomia
Mas com o motor de 420 cv, a Scania informa que a autonomia será ampliada. Assim, o caminhão poderá rodar até 600 km com os cilindros menores e 700 km com os maiores. Conforme a marca, a explicação é a maior oferta de torque.
Como resultado, será possível aumentar a velocidade média do caminhão com o motor funcionando em baixas rotações. Portanto, isso vai contribuir para reduzir o consumo. Da mesma forma, os níveis de emissões de poluentes devem ser menores.
No mesmo sentido, para ampliar a oferta de caminhões a Scania trabalha para que haja aumento do número de postos de gás no País. Para isso, a fabricante está atuando em conjunto com empresas de fornecimento do combustível.
Nova geração de motores Scania a gás
Conforme o diretor de desenvolvimento de novos negócios da Scania, Marcelo Gallao, os testes práticos do novo motor começam em breve. “Se tudo der certo, vamos homologar o veículo até dezembro e colocá-lo no mercado em fevereiro de 2024”, diz.
Do mesmo modo, a Scania já havia anunciado o lançamento do motor de 460 cv a gás. Com isso, a marca pretende oferecer caminhões com peso bruto total combinado (PBTC) de 74 toneladas. Ou seja, que vão poder operar com implementos como bitrenzão e rodotrem.
Atualmente, a marca não tem caminhões a gás com essa capacidade. Isso porque a legislação determina que a relação deve ser de 5,7 cv para cada tonelada transportada. Assim, para ter PBTC de 74 t, a potência mínima do motor é de 421,8 cv. Ou seja, a nova opção de 460 cv vai atender essa regra, com folga.
Mercado promissor
De acordo com Gallao, um dos focos do novo caminhão a gás é o agronegócio. Nesse sentido, ele aponta os produtores de Mato Grosso como potenciais compradores. Afinal, conforme o executivo, o gás vendido no Estado vem diretamente da Bolívia. Com isso, o preço do combustível é ainda mais vantajoso.
Assim, trata-se de uma boa oportunidade para a utilização de caminhões com conjuntos de 74 t de PBTC. Seja como for, as vendas de caminhões Scania a gás continuam avançando. Desde as primeiras entregas, em maio de 2020, até agora, a marca soma cerca de 800 emplacamentos.
Outro ponto importante apontado pela marca é o preço do caminhão a gás. Quando foram lançados no País, esses modelos custavam cerca de 30% a mais que equivalentes a diesel. Porém, com a introdução de soluções para atender as regras do Proconve P8, a tabela do caminhão "convencional" subiu até 30%.
Caminhão X-Gas pode rodar 900 km
Ou seja, atualmente, os valores estão praticamente equiparados. Porém, contra o caminhão a gás está o peso dos cilindros. Com 16 reservatórios (confira abaixo), o conjunto pesa cerca de duas toneladas. Na prática, isso reduz a capacidade de carga do modelo.
Atualmente, o único caminhão Scania com 16 cilindros é o X-Gas. Ou seja, o dobro da capacidade dos modelos atuais. Porém, ela ainda não está à venda, pois seu processo de homologação não foi concluído. Apresentada no fim de junho, essa versão é baseada na linha com motores de 280 cv, 340 cv e 410 cv.
Conforma a Scania, o X-Gas pode ter cilindros de 95 e 118 m³. Como resultado, a autonomia, segundo a marca, chega a 900 km. Porém, diferentemente das opções atuais de cavalos-mecânicos, a nova será de modelos rígidos. Portanto, poderá formar composições do tipo romeu e julieta, com PBTC de até 56 t.