A Mercedes-Benz decidiu suspender a produção do Vito na fábrica de Virrey del Pino, na Região Metropolitana de Buenos Aires, na Argentina. De acordo com porta-vozes da empresa ouvidos pela imprensa especializada local, este ano a unidade deixa de produzir o Vito para colocar foco no Sprinter que, graças ao crescimento de vendas no Brasil, será prudente alocar todo o pessoal necessário para a sua fabricação.
A verdade, no entanto, que o Vito não respondeu às expectativas como era esperado pela companhia. Lançado em novembro de 2015, o comercial leve foi promovido como revolucionário para o mercado, um furgão intermediário, entre os pequenos derivados de automóveis e os nascidos especialmente para o trabalho de distribuição de carga, com capacidade para 1.225 kg de carga líquida e amplo espaço de 6 m³.
Desde que começou a ser oferecido, o Vito somou 979 unidades vendidas no País, segundo os números baseados no Renavam, consolidados pela Fenabrave, a federação que representa a distribuição de veículos. O melhor ano foi registrado em 2017, com 438 licenciamentos e, no ano passado, somente 50 unidades foram emplacadas.
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As versões do Sprinter consideradas comerciais leves, ou seja, com capacidade para até 3,5 toneladas, mesma categoria dos Vito, acumularam no ano passado 2.172 unidades negociadas. Mas ao somar todas opções do modelo, as vendas alcançaram 8.299 licenciamentos em 2018, alta de 31% sobre o mesmo período do ano passado, ocasião que acumulou 6.237 emplacamentos.
O desempenho do Vito também foi ofuscado pela concorrência dos utilitários Peugeot Expert e Citroën Jumpy, ambos do Grupo PSA, lançados na Fenatran de 2017. Ambos os modelos, intermediários como o da Mercedes-Benz, acumularam em 2018, o primeiro ano cheio de vendas, 2.073 unidades negociadas, mais que o dobro em relação ao que o Vito emplacou em três anos.
O preço pode explicar a preferência do transportador. Segundo a tabela da Fipe, enquanto o furgão da Mercedes-Benz é oferecido em torno de R$ 92 mil, as opões da PSA são encontradas por R$ 90 mil.
Segundo contou porta-voz da Mercedes-Benz Argentina para o site Motorpress, a companhia estava programada para produzir 350 unidades do Vito este ano. Mas diante do acumulado em pátio e de uma demanda em queda, não faria sentido comercial insistir na continuidade do veículo. As vendas do Vito, portanto, seguem até o fim dos estoques.