Motoristas de caminhões de todos os lugares do mundo sabem já enfrentaram algum tipo de perrengue na estrada. Porém, no Brasil, por exemplo, ficar preso na neve é impossível. Ou seja, somente quem trafega em países longe dos trópicos está sujeito a esse tipo de problema. E foi justamente o que aconteceu com dezenas de motoristas na cidade de Vivian, em Dakota do Sul, nos Estados Unidos.
Eles ficaram cerca de uma semana sem poder sair de um posto de gasolina. Isso ocorreu porque a neve bloqueou totalmente o entorno. Assim, eles tiveram de esperar pelos tratores para desbloquear as vias. Durante esse período, os motoristas sofreram com o frio extremo. Como resultado, uma grossa camada de gelo cobriu caminhões e cargas.
Segundo o caminhoneiro Conrad Quail, em entrevista ao site The Drive, foi preciso parar no posto por causa do mau tempo. Além disso, uma das rodovias por onde ele teria de passar, a Interstate 90, foi bloqueada. Assim como ele, dezenas de motoristas acabaram ficando presos em Vivian.
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"Um amigo que estava passando por (a cidade de) Belle Fourche trouxe uma pá na sexta ou no sábado. Outro companheiro com uma carga como a minha, que não ficou preso na neve, tentou puxar meu caminhão para fora. Quebramos duas correntes tentando.”
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Situação é frequente
Histórias como essa acontecem com frequência. Em julho, o Estradão noticiou que cerca de 400 veículos, incluindo vários caminhões, ficaram parados na Cordilheira dos Andes, entre o Chile e a Argentina. Todos foram impedidos de sair e não puderam ser resgatados por causa das constantes nevascas que estavam ocorrendo na região.
O brasileiro Deomar Antonelo é caminhoneiro e estava preso no topo da montanha. Ele trabalhava na ABC Cargas e relatou seu drama ao Estradão.
Antonelo é de Curitiba (PR) e conta que ficou retido logo que a nevasca começou a cair. Ele disse que seu caminhão estava quase na divisa da Argentina com o Chile. Assim, tão logo a primeira tempestade deu trégua e o Exército chileno limpou a estrada, ele imaginou que poderia seguir viagem. Porém, não foi isso que aconteceu.
Segundo o caminhoneiro, novas tempestades de neve começaram a cair sobre a região. Assim, tanto ele quanto outros motoristas foram impedidos de deixar o local. De acordo com o curitibano, uma fila com centenas de veículos de vários tipos se formou na estrada. "Foram horas de terror. É muito assustador porque a neve chegou a 1,40 metro de altura. Faço essa rota desde 2015. Mas nunca vi uma situação dessas", dise Antonelo à época.