As empresas de ônibus rodoviários de médias e longas distâncias estão de olho na digitalização. Com isso, buscam atrair o público jovem. Uma das soluções disponíveis no mercado brasileiro é a Embarca, com sede em Curitiba, plataforma e market place digital.
Conforme o CEO da Embarca, Felipe Gulin, as duas ferramentas venderam mais de 500 mil passagens em 2022. Assim, a projeção para 2023 é vender 1,7 milhão de bilhetes. De acordo com dados da empresa, o público tem entre 25 e 45 anos de idade. Atualmente, a plataforma conta com 160 empresas que atuam em todo o País. Além disso, há seis operadoras de ônibus com frota total de 28 veículos.
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Por ora, a maioria dos itinerários está concentrada na região Sul do Brasil, bem como a Bahia. Porém, Gulin informa que em 2023 a oferta será bastante ampliada. De acordo com ele, o objetivo é atender todo o território brasileiro.
Gestão completa
Segundo a empresa, há algumas diferenças entre o market place e a plataforma digital. O primeiro é um serviço de intermediação de compra e venda de assentos. Por sua vez, a plataforma é responsável por toda a gestão da viagem. Ou seja, desde a compra até a precificação e a logística.
Conforme Gulin, a plataforma mira empresas de pequeno e médio portes. "Ou seja, as que não têm estrutura para desenvolver uma cultura digital”, explica. Por enquanto, fazem parte do sistema empresas maiores. É o caso da Expresso Princesa dos Campos. A operadora paranaense atua há 80 anos no setor de transporte de passageiros.
De acordo com ele, ao ingressar no market place as empresas ganham competitividade. Assim, passam até a concorrer com outros modais, como a aviação. “Bem como com aplicativos de carona, que são os preferidos dos jovens”, diz.
Facilidade e preço menor
Nesse sentido, Gulin destaca a facilidade e o preço. “O valor da passagem chega a ser até 50% mais baixo do que na rodoviária", afirma. Porém, para isso bilhete deve ser comprado entre 10 e 15 dias antes da data de embarque. De acordo com ele, em uma viagem de Londrina a São Paulo, por exemplo, o preço pode ser até 80% menor.
Conforme o executivo, outra vantagem é a segurança. “Em serviços de carona, não há garantia, por exemplo, de que o motorista esteja com a CNH em dia e o veículo, em boas condições.” Além disso, o passageiro pode compartilhar o status da viagem em tempo real. "Em breve, ele poderá avaliar a operadora de ônibus e o motorista", diz. "O passageiro pode viajar com o mesmo conforto de quem vai de primeira classe em avião”, exagera Gulin.
O avanço da digitalização do setor ocorre em um momento favorável. Afinal, em 2022 a alta do número de passageiros é de cerca de 60%. Segundo a Associação Brasileira das Empresas de Transportes Terrestres (Abrati), de janeiro a julho as operadoras de ônibus rodoviário transportaram quase 21.574.000 passageiros.