A CNT, Confederação Nacional do Transporte, acaba de lançar a terceira edição do Anuário CNT do Transporte 2018, amplo estudo no qual traça a realidade e a evolução do setor no País. O documento mais uma vez apresenta um retrato no qual a precariedade na infraestrutura fala mais alto.
Embora responsável por 60% da movimentação de carga e 90% dos passageiros, somente 12,4% de 1,7 milhão de km da malha rodoviária são asfaltados, pouco mais de 213,4 mil km. Por si só o dado diz pouco, mas colocado em perspectiva, o cenário se mostra demasiadamente deficiente.
Enquanto a frota de veículos em geral saltou 63,6% de 2009 a 2017, de 59,3 milhões para 98,2 milhões, o trabalho de asfaltamento praticamente parou no período, com leve crescimento de 0,5%.
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Mesmo a malha pavimentada deixa a desejar. De acordo com o documento, a maior parte das estradas, 92,7%, são de pista simples. Depois, 61,8% das vias pesquisadas apresentam algum tipo de deficiência, seja na sinalização, na qualidade do piso ou na geometria.
O conjunto resulta em uma realidade muito pouca amistosa, com aumentos dos riscos de colisões e dos custos. No ano passado foram registrados 58.716 acidentes com vítimas nas rodovias federais, 6.243 pessoas morreram. Mais da metade das ocorrências aconteceu em pistas simples de mão dupla.
“Os índices são preocupantes e mostram que a solução passa, necessariamente, por investimentos em infraestrutura. Precisamos expandir e melhorar a qualidade da nossa malha para que as rodovias não fiquem tão sobrecarregadas”, avalia em nota o diretor-executivo da CNT, Bruno Batista. “Além de fazer vítimas, o setor também é onerado com um custo adicional na operação de transporte de 27%, em média, no Brasil devido às más condições do pavimento.”
O anuário também atualiza o tamanho do transporte rodoviário no Brasil. Atuam no País, 147.177 empresas, 332 cooperativas e 492.408 caminhoneiros autônomos. Deste universo, 2.194 milhões de veículos pertencem às empresas, 1.349 milhão são de caminhoneiros autônomos e 44.294, de cooperativas.
O documento completo, com 500 arquivos e 800 tabelas, está disponível no www.anuariodotransportecnt.org.br.