A venda de implementos rodoviários em 2022 deverá chegar a 160 mil unidades. Ou seja, 2 mil a menos que em 2021, segundo a Anfir, associação que representa as fabricantes do setor. Assim, o presidente da associação, José Carlos Sprícgo, o cenário é considerado de estabilidade. Ele disse ao Estradão que a alta dos preços de insumos, sobretudo o aço, comprometeram os investimentos das transportadoras.
No mesmo sentido, ele aponta o aumento das taxas de juros como o principal entrave no primeiro trimestre. Depois desse período, a demanda começou a crescer, de acordo com o executivo. Porém, as vendas do ano passado não devem ser superadas. "Há estabilidade neste ano, após um 2021 com consumo acima da média", afirma.
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Conforme Sprícigo, no ano passado houve um grande aumento da demanda por medicamentos e alimentos, por exemplo. Como resultado, os baús carga fechada foram o destaque. Porém, agora a maior alta está ocorrendo na venda de implementos basculantes. De acordo com o presidente da Anfir, entre as causas está a migração de clientes. Sobretudo os que compravam baús carga aberta.
“Quem transporta grãos está partindo para esses modelos", afirma. Conforme Sprícigo, quem atua na construção civil também ajudou a impulsionar a venda de implementos desse tipo. Como resultado, forma emplacadas 18.701 unidades de janeiro a setembro. Ou seja, 300 a mais que no ano passado.
Venda de implementos por segmento
No mesmo sentido, as carrocerias sobre chassis somaram 54.371 vendas. Portanto, houve alta de 3,27% ante as 52.647 de 2021. Por outro lado, os 62.675 reboques e semirreboques emplacados no período representam queda de 8,2% ante as 68.274 vendas feitas no ano passado.
Seja como for, o setor projeta recuperar parte das perdas na Fenatran. Considerado como o maior salão de transporte da América Latina, o evento ocorre em São Paulo, em novembro. Segundo Sprícigo, prova disso é o número de fabricantes confirmadas. Serão 50 expositores do segmento.
Aposta na Fenatran
Assim, trata-se da maior participação desde a criação da feira, na década de 1980. Porém, os negócios fechados no evento só vão refletir nos resultados das empresas a partir do primeiro trimestre de 2023. Conforme o executivo, o destaque são as novas tecnologias, como os eixos elétricos. "Muito do que foi apresentado no IAA Transportation, em setembro, estará na Fenatran”, diz.
Assim, a Anfir projeta que 2023 será mais favorável para a venda de implementos. Sprícigo lista alguns fatores que devem contribuir para isso. É o caso da previsão de recorde na produção de grãos, que deve ser de 320 milhões de toneladas. Além disso, a expectativa é de queda das taxas de juros, bem como estabilidade da inflação e da cotação do dólar.
Expectativas para 2023
Por outro lado, preocupa o aumento de preços dos caminhões por causa do Proconve P8. As novas regras de controle de emissões, equivalentes ao Euro 6, entram em vigor em janeiro. Com isso, os novos modelos podem ficar até 30% mais caros. “Ainda não sabemos de que forma isso poderá afetar a demanda”, diz o presidente da Anfir.
De acordo com ele, há risco de os aumentos afetarem os investimentos na renovação da frota. Como resultado, pode haver impacto também na venda de implementos. De qualquer modo, a associação estima que o setor deve emplacar, no mínimo, 150 mil unidades em 2023. Isso, evidentemente, se nada muito fora do comum ocorrer no País.