Mercado

Consórcio de caminhão tem alta de 68% na venda em 2021 e deve ficar estável

Consórcio de caminhões ficou mais atrativo sobretudo para caminhoneiros autônomos, que já representam mais de 57% dos novos cotistas

Aline Feltrin

06 de fev, 2022 · 4 minutos de leitura.

Publicidade

IPVA 2023
Crédito:Volvo/Divulgação

A venda de consórcio para veículos pesados, sobretudo caminhões, cresceu 67,9% em 2021, para 182,6 mil novas cotas. Além disso, o valor médio subiu 15,9%. Segundo dados divulgados pela ABAC, associação que representa as administradoras de consórcio do Brasil.  

Como resultado, 26,2% das vendas totais de caminhões em 2021 foram feitas por meio de consórcios. Ou seja, o consórcio viabilizou a compra de um de cada quatro modelos novos. Segundo o presidente da ABAC, Paulo Roberto Rossi, em 2022 os números devem continuar no mesmo ritmo.

Leia também:Finame baixo carbono vai financiar caminhões elétricos e a gás no Brasil

De qualquer forma, a expectativa para 2022 é de um cenário econômico mais positivo. Sobretudo por causa da previsão de safra recorde de grãos. Se isso ocorrer, haverá reflexos na procura por novas cotas de consórcio.


Publicidade

Porém, Rossi diz que haverá importantes entraves para o setor. "A inflação alta aliada a eventos como Copa do Mundo e eleições (para presidente da República) podem ser impeditivos (para a expansão das vendas)", diz.

Consórcio ficou mais atraente para autônomos

Seja como for, no passado as cotas de consórcio costumavam atrair sobretudo os frotistas. Assim, as vendas para caminhoneiros autônomos eram bastante reduzidas. Isso porque o prazo para receber o bem é longo. Em geral, a contemplação pode levar até 100 meses. 

Portanto, é um tipo de compra mais voltado a quem não precisa do caminhão imediatamente. Assim, é ideal para os que podem fazer um planejamento de médio e longo prazos. Porém, desde 2020 os números se inverteram. Atualmente, os autônomos representam 57,6% dos novos cotistas. Por sua vez, os frotistas são 42,4% dos compradores.  


Para comparação, em 2019 os números eram de, respectivamente, 53% e 43%. De acordo com Rossi, esse movimento ocorre principalmente por causa do aquecimento da procura pelo transporte de grãos. Assim como de insumos e combustíveis, entre outros produtos. 

Carta de crédito dá poder de negociação

"Para atender a alta na demandas de fretes, muitos frotistas precisam contratar agregados. Assim, esses motoristas acabam se interessando em investir em um caminhão mais novo", afirma Rossi.

Apesar de o prazo máximo para a entrega do bem ser longa, há outras formas de antecipar o recebimento do veículo. Ou seja, por meio dos sorteios mensais e de lances.  


De acordo com o presidente da ABAC, a carta de crédito proporciona um bom poder de barganha ao consorciado. Isso porque ele poderá comprar o veículo à vista. Além disso, 10% do valor total pode ser utilizado para quitar despesas com IPVA e seguro, entre outras taxas relativas ao caminhão.

Deixe sua opinião