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Greve de caminhoneiros será decidida no fim de março, diz CNTRC

Há uma nova ameaça de greve de caminhoneiros sobretudo por causa do alto preço do diesel e da falta de fiscalização da tabela de frete

Aline Feltrin

05 de mar, 2021 · 5 minutos de leitura.

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Crédito:Mercedes-Benz/Divulgação
O novo Actros 2653 de 530 cv começou a ser avaliado no transporte de grãos. O caminhão 6x4 promete 12% de economia de combustível

Nos próximos dias 26 e 27 de março, será discutida a possibilidade de uma nova greve de caminhoneiros. Segundo o Conselho Nacional do Transporte Rodoviário de Cargas (CNTRC), o encontro vai ser virtual. Presidente do CNTRC, Plinio Dias diz que a pauta de reivindicações não mudou.

De acordo com ele, um dos pontos principais é sucessivo aumento dos preços do diesel. Na terça-feira (2), o combustível ficou mais caro pela quinta vez em 2021. O produto subiu 5% nas refinarias.

Porém, além dos dez itens da lista anterior, há mais um. Ou seja, a redução dos preços dos pedágios, segundo Dias informou ao Estradão .


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Categoria reclama da falta de fiscalização

Não é a primeira vez que surge uma ameaça de greve de caminhoneiros no País neste ano. Uma paralização marcada para o dia 1º de fevereiro tinha o apoio da CNTRC. Porém, segundo algumas lideranças, o movimento passou a ter cunho político. No fim, não aconteceu.

A principal reivindicação era justamente a redução do preço do diesel. Outro ponto que pode gerar uma greve de caminhoneiros é a falta de fiscalização do preço mínimo do frete. Além disso, a categoria pede que a contratação do serviço possa ser feita direta, sem intermediações. E também aposentadoria especial.

Outras lideranças também não descartam uma nova greve de caminhoneiros. É o caso de Wallace Landin, o "Chorão". Ele é presidente da Associação Brasileira dos Condutores de Veículos Autônomos (Abrava).


Governo fez algumas concessões

Mas nada está decidido. "Como o governo atendeu algumas demandas da classe, o movimento de greve perdeu um pouco da força", diz. Chorão se refere à isenção do PIS/Cofins sobre o diesel.

Além disso, Brasília isentou os pneus de carga de impostos de importação. No mesmo sentido, vai afrouxar as normas de pesagem de caminhões nas estradas. Bem como editou um projeto de lei que prevê a MEI dos caminhoneiros.

Tabela de frete gera tensão

Após os sucessivos aumentos no preço do diesel, a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) reajustou os valores da tabela de frete. A nova, publicada n quarta-feira (3) traz aumentos entre 6,45% e 8,58%.


O porcentual depende do do tipo de carga. Assim como da quantidade de eixos do caminhão e da distância percorrida. Bem como do tipo operação. "Muitas empresas não cumprem a regra", diz Chorão. "Enquanto não houver uma fiscalização eficiente, a tabela vai ser inútil."

Segundo o presidente da Abrava, a nova tabela de frete já chega defasada. De acordo com ele, a ANTT não incluiu o último reajuste do diesel, por exemplo.


Tabela de frete gera tensão

O reajuste da tabela de frete está previsto na lei 13.703/2018. Ou seja, no Brasil existe uma política nacional de pisos mínimos para o transporte rodoviário de cargas.

Assim, a legislação determina que os valores sejam reajustados a cada seis meses. Ou se a variação do preço do diesel for igual ou maior que 10%.

Dias afirma que há tempos a tabela não acompanha a realidade dos caminhoneiros. "Os insumos estão aumentando muito e a tabela continua baixa", afirma. Segundo ele, a fiscalização também é ineficaz em vários Estados.


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