A Noma acaba de ampliar a linha Geração Titanium com o lançamento de furgões frigoríficos. Um dos diferenciais do novo produto da fabricante paranaense de implementos rodoviários é a estrutura da caixa de carga. Segundo informações da empresa, graças à tecnologia de injeção de poliuretano houve ganho no isolamento térmico. Isso permite maior eficiência na conservação da temperatura interna da caixa de carga.
Outra novidade é o revestimento que, além de ser mais resistente, dificulta o acúmulo de resíduos. Isso contribui para a redução do riscos de surgimento de fungos e bactérias.
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Diretor de exportação da Noma, Kimio Mori explica que a nova família de furgões frigoríficos visa anteder as exigências dos clientes. "Parece óbvio, mas a função do furgão frigorífico é manter a temperatura adequada da mercadoria transportada pelo maior tempo possível. Para que isso ocorra, o revestimento e o isolamento da caixa de carga precisam ser eficientes."
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Segundo o executivo, se o produto não for bem construído e feito com materiais adequados, será necessário maior gasto de energia para manter a temperatura ideal. "Por isso, a maior parte do investimento foi utilizada no desenvolvimento de materiais que garantam excelência nesse quesito."
Maior durabilidade
Outra solução que a nova linha de furgões frigoríficos incorporou da Geração Titanium são as lonas de freio de longa duração. Mora conta que as peças são feitas com fibra de carbono. Essa tecnologia é considerada como uma evolução expressiva em termos de segurança. Por isso, virou item de série em toda linha.
"A fibra de carbono aplicada à lona de freio amplia a eficiência de frenagem. E pode ampliar a durabilidade do sistema em até 40%", diz Mori. A estrutura dos novos implementos tem ligas mais resistentes a desgaste, torções e vibrações. Com o uso de novos materiais, foi possível reduzir a tara dos equipamentos em até 10%, dependendo da versão.
A nova família de implementos frigoríficos atende operações com configurações de 28 e 30 paletes. De série o modelo tem três eixos e suspensão mecânica. A versão de 30 paletes tem suspensão mista. Há também opção de 28 e 30 paletes com suspensão pneumática.
O sistema de iluminação Safe Light é outra tecnologia lançada na Geração Titanium e foi integrada aos novos baús frigoríficos. O diferencial é o sincronismo entre o acionamento das lanternas traseiras e laterais.
Na prática, o sistema é acionado pelo pisca- alerta da lanterna traseira e replica para as luzes das laterais. Com isso, além de o motorista conseguir ver, de dentro da cabine, se a iluminação está funcionando, o recurso serve de alerta para quem estiver trafegando ao lado do conjunto.
Crise abre novas oportunidades
Após enfrentar uma greve crise durante três anos e ver seu negócio quase desabar, a Noma apostou na renovação da linha de produtos. Os executivos da empresa decidiram agregar maior valor aos implementos. Fruto dessa aposta, a Geração Titanium provou que a estratégia estava correta. Entre os diferenciais estão o maior número de itens de série e a redução do peso.
A trajetória da Noma na produção de implementos mais leves é antiga. Começou em 2007, com o lançamento da linha Áquila, com partes estruturais feitas com placas de alumínio Eco Tech. O metal substituiu os compensados de madeira.
Esse implemento, na versão bitrem graneleiro, pesava 10.420 kg. Quatro anos mais tarde, com a chegada da linha Fênix, o mesmo modelo de bitrem "emagreceu" mais de 400 kg e passou a pesar 9.980 kg. Na Geração Titanium, lançada em 2019 para substituir a Áquila e a Fênix, o implemento é ainda mais leve - pesa 9.700 kg.
Geração Titanium virou sucesso
A partir da Geração Titanium a área de engenharia da Noma passou a desenvolver componentes criados para assegurar mais disponibilidade. E o caso do uso de fibra de carbono nas lonas de freio. A empresa também passou a atender demandas específicas. É o caso da carreta feita para atender com agilidade operações como cavaco de madeira, carvão vegetal e bagaço de cana-de-açúcar.
Apresentada na Fenatran de 2019, a chamada Smart Floor Titanium traz um sistema de abertura lateral patenteado. Essa solução permite escoar a carga de forma integral, por meio de gravidade, em até três minutos, conforme o tipo operação. O ganho reduz em até seis vezes o processo na comparação com implementos rodoviários convencionais.
Noma projeta mercado positivo em 2020
Apesar da queda de 8,3% nas vendas de implementos rodoviários de janeiro a julho de 2020, a Noma manteve sua participação de 6% do mercado. Isso foi possível porque a empresa recuperou em julho as vendas que não conseguiu entregar em abril e maio. Por isso, mantém a expectativa de crescer entre 5% e 10% neste ano.
"Como somos do Paraná, não tivemos de parar a produção por completo para atender as medidas de quarentena. Isso foi de grande ajuda. Até porque o setor de transporte de cargas não parou. Evidentemente, contratos foram congelados e houve retração em abril e maio. Mas em julho recuperamos mercado por causa dos emplacamentos puxados pelo Estado de São Paulo com a retomada dos serviços dos Detrans", explica Mori.
Novos negócios
A empresa também está ampliando sua participação em novas frentes de negócio. No primeiro semestre de 2020, a Noma cresceu em segmentos como siders (para cargas paletizadas e bebidas), tanques e florestal. Neste último a fabricante detém 16,1% de participação de mercado.
Os implementos para transporte de grãos se consolidaram como o principal mercado da Noma no primeiro semestre de 2020. A venda desse tipo de produto representa mais de 70% do faturamento total da empresa.