A Klabin acaba de dar início à operação de um bitrem dobrável no Brasil. O implemento, atrelado a um Mercedes-Benz Axor 3344, atua em uma área de reflorestamento da empresa do setor de celulose e papel em Campos Gerais, no Paraná. O equipamento é inédito no País, foi desenvolvido na Austrália pela Kennedy Trailers e adaptado no Brasil pela Pastre fabricante de implementos a pedido da Unidade Florestal da Klabin.
O bitrem dobrável é destinado ao transporte de toras de árvores. Quando está carregado o equipamento tem 19 metros de comprimento. Com o implemento vazio, é possível recolher uma parte da primeira carreta, que fica sobre o chassi do caminhão. Com isso, o comprimento é reduzido para 15 metros.
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A solução inusitada não reduz a capacidade de carga do bitrem. Mesmo sendo dobrável, o implemento manteve o Peso Bruto Total Combinado (PBTC) igual ao de uma versão convencional de 57 toneladas.
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De acordo com o gerente florestal da Klabin, Darlon Orlamunder, além das capacidades técnicas do bitrem dobrável serem as mesmas de um bitrem convencional, o material utilizado para a produção do modelo é 100% nacional. Para atender a legislação brasileira, resolução 630 do Contran, o veículo foi adaptado para receber protetores laterais. Uma estrutura metálica foi instalada nos espaços entre os eixos da carroceria. O objetivo é impedir a invasão de motocicletas e outros veículos menores na parte de baixo do caminhão em caso de acidente.
Mesmo sendo dobrável, bitrem tem a mesma capacidade de carga e PBTC de um implemento convencional de 57 t
Bitrem dobrável é único no Brasil
Segundo Orlamunder, o novo equipamento traz várias vantagens quando comparado ao bitrem tradicional. A mais importante é a agilidade de trafegar na área do plantio, uma vez que o implemento ocupa menos espaço para rodar. Em relação aos modelos tradicionais, o sistema dobrável precisa de uma área muito menor para manobrar. Isso se traduz em melhores condições de direção e aderência em declives, por exemplo.
Há ganho também no tráfego em rodovias. O novo equipamento pode rodar em maior velocidade média, o que garante ultrapassagens com mais segurança. Outra vantagem é em relação ao custo de operação. Quando o bitrem está dobrado, dois eixos e oito pneus ficam erguidos, o que reduz o desgaste de componentes.
O bitrem dobrável custa 50% a mais em relação a um bitrem convencional, porém, a Klabin estima redução de custos de combustível na ordem de 5,5% e de pneus em torno de 4%. "Acreditamos que com essas economias, o bitrem se pagará em dois anos", diz Orlamunder.
Com relação à manutenção, a Klabin acredita que poderá ser igual a de um bitrem convencional. Mesmo que o veículo tenha um suspensor pneumático para recolher o implemento quando rodar vazio, um item a mais para manutenção, nessas condições de uso em que ele está vazio, os eixos e pneus vão deixar de rodar, portanto menos manutenção.
Por ora o novo implemento está operando em testes. Mas já recebe elogios dos motoristas. De acordo com informações da Klabin os operadores estão satisfeitos porque conseguirem rodar com mais velocidade média na rodovia.
A Klabin pretende liberar novas áreas que podem dar espaço à plantações de árvores. Isso se traduzirá em aumento da produtividade da companhia.
Até o final deste ano a empresa colocará em operação outra versão do bitrem dobrável. Mas essa nova unidade vai recuar até 10 metros quando estiver vazio.