Compartilhar para multiplicar
Transportadores reinventam o modelo de atuação no segmento para gerar economia nos custos logísticos

A economia compartilhada está mudando não só a maneira como se entendem oferta e procura, como também a relação com os bens materiais e pessoais. A instabilidade econômica do país pressiona as empresas de transporte a reinventar o modelo tradicional de atuação. Com a queda da demanda dos clientes, resultado do consumo menor, muitas tiveram de se posicionar de outra maneira no segmento.
O modelo do compartilhamento também surgiu em outros setores, com o de táxi ou até mesmo grupos de compras. A ideia chega ao transporte como forma de proporcionar mais eficiência e sustentabilidade ao segmento. Atualmente o mercado de transportes tem como ativos compartilháveis cargas e motoristas.
O primeiro caso diz respeito ao frete, ou seja, uma empresa coloca sua carga junto com a de outras companhias, sem que o transporte exclusivo norteie a operação. O segundo é complementar, com o transporte sendo feito até para aqueles que possuem cargas fechadas. O caminhão parte carregado a um determinado destino e retorna com mercadorias de diferentes embarcadores. É um processo no qual todos os envolvidos na operação ganham.
A tecnologia no monitoramento do transporte, no entanto, é fundamental. Segundo Alexandre Azevedo, diretor da unidade private da Totvs, com o apoio tecnológico é possível fazer uma gestão inteligente, com um plano de cargas pelo menor custo de fretes ou a melhor margem financeira para a operação.
“O mercado de TI oferece plataformas que consolidam em painéis todas as atividades, incluindo o planejamento da organização da carga dentro do veículo -- o que será descarregado primeiro fica mais próximo da porta – e combinações de rotas para formar circuitos ou sequências colaborativas de carregamentos”, explica.
Os sistemas indicam as melhores possibilidades de carregamento das entregas, considerando o valor das mercadorias permitidas pela seguradora, a restrição de capacidade física do veículo e a limitação de empilhamento, de acordo com a fragilidade dos produtos. Também é possível evitar a proximidade de objetos que, por regras sanitárias, não podem estar no mesmo ambiente.
Segundo Azevedo, a atualização diária dessas soluções gera indicadores que permitem análises a qualquer momento, identificando em tempo real oportunidades de sinergia entre rotas e, se necessário, alterá-las para garantir mais desempenho.
As funcionalidades tecnológica otimizam recursos e diminuem o impacto da logística nos custos. Os efeitos refletem de maneira positiva em toda a cadeia do processo, inclusive na ponta final, o consumidor, que se beneficiará com o recebimento de mercadorias mais baratas.