Mercado

Vendas de caminhões pesados impulsionam o mercado

Falta o varejo voltar às compras para a retomada do segmento de veículos de carga

Décio Costa

16 de nov, 2017 · 5 minutos de leitura.

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Crédito:Foto: Volvo Trucks

O desempenho dos negócios de caminhões pesados nos dez primeiros meses do ano já apresenta retrato completamente diferente em relação as outras categorias. De acordo com os dados da Anfavea, a associação que reúne as montadoras, as vendas do segmento no acumulado cresceram 14,2%, para 14.519 unidades contra 12.709 registradas no mesmo período do ano passado.

O resultado é oposto aos obtidos pelas outras categorias de caminhões. Na comparação com o acumulado de 2016, a queda nas vendas de semipesados é de 12,8% (10.540 licenciamentos contra 12.087), de médios, 3,9% (3.395 ante 3.531), de leves, 17,3% (9.155 frente a 11.073) e de semileves, 4,3% (2.784 contra 2.909).

A evolução dos emplacamentos de pesados, mais uma vez reforça a retomada do mercado de caminhões em geral. Tradicionalmente, o segmento que atende necessidades acima de 45 toneladas é o primeiro a sentir os efeitos de uma turbulência econômica, mas também o primeiro a se recuperar.


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Pouco antes da Fenatran 2017, realizada no mês passado, Roberto Leoncini, vice-presidente de vendas e marketing da Mercedes-Benz, observava que parte do setor de transporte de carga já revelava descolamento da crise política. “Pesados e extrapesados já começaram a andar sozinhos, o que é um bom sinal, porque eles trazem de volta às compras o consumidor das outras categorias, principalmente o do varejo. Ano que vem, definitivamente começará uma inflexão do mercado.”

O otimismo de Leoncini é baseado na melhora ou pelo menos na estabilidade de alguns indicadores econômicos, como o crescimento no consumo, o desemprego que deixou de aumentar, a tendência de queda na taxa de juros e os recuos nos índices de inadimplências tanto de pessoas físicas quanto de jurídicas.

Os números da Anfavea também corroboram com as impressões do executivo, que já estima um crescimento da ordem de 20% no mercado de caminhões em 2018. Se no acumulado do ano as vendas de semileves, leves, médio e semipesados ainda se apresentam no vermelho, nos confrontos mensais em 12 meses, todas as categorias registraram altas em outubro: de 17,8%, 12,5%, 47% e 14,5%, respectivamente. Destaque justamente dos pesados, com avanço de 131,4% para 1.725 unidades vendidas no décimo mês ante 853 emplacamentos em outubro de 2016.


Ranking – Com a evolução das vendas na categoria de pesados, aumenta também a rivalidade das marcas. No segmento Mercedes-Benz, Volvo e Scania são as que apresentam os melhores desempenhos. A primeira lidera com 3.964 unidades negociadas até outubro, o que significou uma alta de 16,6%. Depois aparece a montadora de Curitiba (PR), crescimento de 15,2% nas vendas, para 3.915 caminhões. Em seguida vem a Scania, que embora ocupe o terceiro posto, foi a que mais cresceu no período, 21,4%, com 3.654 unidades negociadas.

Encerram o ranking de vendas de caminhões pesados a MAN, na quarta posição, com alta de 1,2%, para 1.509 unidades, a DAF que cresceu 47,4% com 787 veículos vendidos, a Iveco que evoluiu, 14%, o mesmo índice do mercado da categoria, com 530 caminhões licenciados e a Ford, na sétima posição, a única que registrou desempenho negativo, de 38,7%, com apenas 149 emplacamentos no segmento.

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