Andrea Ramos

09/08/2023 - 5 minutos de leitura.

Venda de implementos cai em 2023, mas cresce entre caminhões pesados

Apesar do recuo na venda de implementos rodoviários entre janeiro e julho, setor acredita em melhora por causa do corte na taxa Selic

Crédito: Noma/Divulgação

A venda de implementos rodoviários acompanha o ritmo de retração do mercado de caminhões novos no Brasil. Assim, de janeiro a julho foram emplacados 85.040 equipamentos leves e pesados. Como resultado, houve queda de 4,41% na comparação com as 88.961 unidades vendidas no mesmo período em 2022. Os dados foram divulgados nesta terça-feira (8) pela Anfir, que representa as fabricantes.

Conforme os números divulgados pelas associação, o segmento cujas vendas mais recuaram é o de carroceria sobre chassi. Ou seja, o de leves. No período foram emplacados 7.749 equipamentos. Em outras palavras, redução de 14,02% em relação ao ano passado, quando o setor faturou 9.833 equipamentos. 

Por outro lado, a categoria de implementos pesados, reboques e semirreboques, vai bem. E apresenta crescimento de 3,97%. Isso porque neste ano vendeu 49.420 implementos ante aos 47.533 emplacados nos primeiros sete meses do ano passado.

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Esperança com a redução dos juros

Seja como for, para a Anfir há chances de o setor se recuperar. Sobretudo, por causa da redução da taxa Selic de 13,75% para13,25% ao ano.

"Os juros em queda devem impulsionar a venda de implementos rodoviários. Do mesmo modo a de caminhões. Ou seja, acredito que as nossas expectativas podem ser superadas. O que seria muito importante ao mercado como um todo", diz o presidente da Anfir, José Carlos Spricigo.


Além disso, para o executivo, os mercados de agronegócios e construção civil estão em alta. "A estimativa para o crescimento da safra é de 16,5%, segundo a Conab. E a projeção do desempenho da construção civil é de 4,5% segundo analistas do setor", avalia.

Modelo de 4º eixo salva a venda de implementos rodoviários pesados (Olivo Implementos/Divulgação)

Esses dois mercados estão suportando o crescimento do segmento de reboques e semirreboques no período de janeiro a julho de 2023. "A safra recorde e o aquecimento nas obras civis impulsionam as vendas do setor Pesado", explica o presidente da ANFIR.


Outro fator que coopera com as vendas no segmento pesado é o implemento com 4º eixo. "O equipamento com maior capacidade de carga, atrai os clientes pois representa mais faturamento para o transportador. O que resulta em um efeito localizado de renovação de frota. Por isso, mesmo com o recuo nas vendas de caminhões, os pesados registram desempenho em alta".

Categorias aquecidas

Os segmentos graneleiro, carga seca e carrega tudo têm sido utilizados tanto no agronegócio quanto na construção civil. Dessa forma, o graneleiro registra variação positiva de 37,24%. Do mesmo modo, carga seca, com 28,63%. Ademais, o silo, que atende a construção civil, apresenta crescimento de 62,45%. Já o tanque carbono, voltado para o transporte de cargas líquidas, registra 17,89% de variação positiva.

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