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Fretamento cresce e evita queda livre das vendas de ônibus

Mesmo tendo pequena participação ante os demais segmentos, setor de fretamento registra alta nas vendas e garante algum alento às fabricantes

Aline Feltrin

07 de jun, 2021 · 6 minutos de leitura.

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Fretamento
Crédito:Divulgação: Mercedes-Benz

Nem o Programa Caminho da Escola nem a recuperação do mercado de urbanos. O quem tem  evitado uma queda ainda maior das vendas de chassis e carrocerias é o fretamento contínuo. Nesse sentido, trata-se de um dos resultados da necessidade de maior distanciamento social.

Assim, muitos clientes estão contratando ônibus de 48 lugares para levar 24 pessoas. Ou seja, as empresas de transporte de passageiros precisam comprar novos veículos para atender a demanda.

No mesmo sentido, empresas de setores que estão crescendo vêm aumentando os pedidos. Por exemplo, as áreas de mineração, pecuária, saúde, energia e tecnologia.


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Como resultado, a Mercedes-Benz vendeu 180 ônibus para uma única empresa em 2021. Ou seja, trata-se da companhia que transporta os funcionários da Vale do Rio Doce. Segundo o diretor de Vendas e Marketing Ônibus da montadora, Walter Barbosa.

Segundo Barbosa, as vendas para o setor de fretamento cresceram acima da média do mercado de janeiro a abril de 2021. Ou seja, dos 4.472 ônibus vendidos no período, 641 foram para o fretamento.


Dessa forma, o mercado em geral cresceu 13,8% ante o mesmo período de 2020. Ao mesmo tempo, no setor de fretamento a alta foi de 120%. "A participação do segmento está crescendo. No ano passado eram 10% e, agora, está em 13%”, diz Barbosa.

Fretamento vai comprar 2 mil ônibus em 2021

De acordo com ele, a Mercedes-Benz tem 58,7% das vendas do segmento. Ou seja, 376 unidades. “A expectativa é que o setor de fretamento compre cerca de 2 mil ônibus em 2021.”

Assim, Barbosa está bastante otimista em relação às vendas da marca. Nesse sentido, a empresa lançou um chassi sob medida para o segmento. Segundo o executivo, modelo OF 1621 "nasceu para o fretamento".


Nesse sentido, o tanque de diesel foi reposicionado. Da mesma forma, o elevador e o bagageiro têm novos ajustes. Ou seja, tudo vem de fábrica, o que reduz o custo para o operador de transporte.

Recentemente, a empresa vendeu 70 ônibus para o Grupo Comporte. Desses, 50 são do novo chassi e 20 do O 500 RS. Os ônibus serão operados pela Viação Piracicabana para transportar funcionários de empresas da região do ABC paulista.

Volvo ganha espaço

Em 2020, a Mercedes-Benz vendeu 600 veículos para o gruo, entre ônibus e modelos da linha Sprinter. Todos são para o transporte por fretamento.


Seja como for, a marca alemã não é a única a registrar alta nos pedidos. De janeiro a abril, a Volvo viu as vendas de seu modelo B270F crescerem 850%.

Esse chassi é focado no setor de fretamento. De acordo com a empresa, em números absolutos os números passaram de oito para 76 unidades.

Caminho da Escola ficou para trás

O Caminho da Escola sempre contribui com as vendas das fabricantes de ônibus. A expectativa era de que o edital fosse publicado em janeiro. Porém, o documento que trata das compras desses veículos pelo governo federal ainda não saiu.


Depois, a publicação deveria sair em maio. Contudo, nada foi feito. O Estradão pediu informações ao Fundo Nacional do Desenvolvimento da Educação (FNDE).

Ou seja, a área do Ministério da Fazenda responsável pela compra. Contudo, não houve resposta até o fechamento desta reportagem. Inicialmente, a expectativa é de que o programa envolva 7 mil vendas.

De acordo com Barbosa, não dá para contar com essas vendas em 2021. "Até que as empresas apresentem o protótipo e saia o primeiro pedido, será próximo do fim do ano".


Enquanto o novo edital não sai, as empresas estão entregando as encomendas da licitação de 2019. Segundo o FNDE, em 2021 foram 1.346 ônibus entregues a 92 municípios. O investimento feito pelo governo federal foi de R$ 74.5 milhões.

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