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Como se diz por aí: “suave na nave”.

Para o transporte de valiosos cavalos de competição delicadeza na direção não é opção, mas trato fundamental

Décio Costa

05 de nov, 2018 · 5 minutos de leitura.

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Transporte de cavalos exige cuidados nas curvas e nos freio
Crédito:Foto: Mercedes-Benz

Transportar animais medalhistas, exímios saltadores e cotados a milhões de euros, além do incalculável valor sentimental de seus proprietários em uma tarefa que se define simples diante tanta responsabilidade. A Nil Horse, transportadora de Taboão da Serra, na Região Metropolitana de São Paulo, é das poucas especializada neste tipo de carga viva, afinal, como lembra Nilson Souza, o empreendedor à frente da empresa, confiança se mostra como uma das bases para a operação. “Há diversos casos de donos que não autorizaram o embarque do cavalo porque não conheciam o transportador.”

Antes de seguir pelas estradas, Souza já foi um tratador de cavalos no Clube Hípico de Santo Amaro, em São Paulo, e, hoje, o principal fornecedor de serviços de transporte de animais no local. Sua frota composta de quatro caminhões Mercedes-Benz Accelo e Atego, para acomodar de cinco a doze cavalos, frequentemente atende ao deslocamento dos atletas de quatro patas em direção às competições nacionais e internacionais.

Para que os animais cheguem ao destino sem um arranhão, prontos para encarar os desafios do hipismo, uma viagem tranquila é uma condição obrigatória. “O motorista não pode ter pressa e o acelerador tem que ser muito bem dosado”, conta Ronaldo Chistofano, filho e sócio de Souza na Nil Horse. “Freadas bruscas ou mesmo fazer curvas de forma agressiva com certeza vão desequilibrar os cavalos, com risco de machucar os animais.”


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Recentemente o Estradão acompanhou tarefa de transporte de uma tropa de 40 cavalos da Equipe Brasileira de Saltos, saindo da hípica de Santo Amaro para o Aeroporto de Viracopos, de onde os animais seguiram para o Chile com o compromisso de disputar provas do Concurso de Saltos Internacional de Pré-Mirim e os Campeonatos Sul-Americanos de diversas categorias. Para o deslocamento todo cuidado é pouco e a viagem não segue em frente sem o tratador a bordo do caminhão.

Apesar de a carga relativamente leve - a depender do porte do animal, pode chegar a pesar em torno de 700 kg – a operação exige da transportadora algumas providências a mais. Os modelos trucados, como alguns Atego utilizados pela Nil Horse, são bem-vindos para oferecer mais capacidade volumétrica, principalmente porque o quadro costuma ser alongado para receber o baú.

Souza destaca que o câmbio automatizado, embora não se mostre como item fundamental na operação, ajuda a padronizar a condução, tanto no consumo quando na suavidade da direção, mas descarta complemente um sistema de suspensão pneumática, o que em um primeiro momento poderia parecer necessário para o conforto dos animais. “Com o caminhão ais rígido na estrada, os animais têm mais equilíbrio. As bolsas de ar deixam o veículo muito suscetível aos balanços e as irregularidades do piso.”


Como costuma ter pela frente longas viagens pelo Brasil, não raro para alguns países da América do Sul, como a Argentina, e frequentemente tendo de esperar o fim do evento a fim de trazer os animais de volta, a Nil Horse opta por veículos com cabine leito e teto alto. “Costuma ser a nossa casa”, resume o sócio da empresa.

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