Caminhão por vocação, carro por conveniência
Nova família Volkswagen Delivery nasce para entregar capacidade, mas sem abdicar de versatilidade

Resultado de um trabalho de cinco anos e investimento de R$ 1 bilhão – o maior já feito pela Volkswagen Caminhões em 35 anos de história no país -, a recém-lançada família Delivery carrega como nenhum outro caminhão da fabricante a identidade da marca Volkswagen.
Em seu primeiro ano de desenvolvimento, antes de o projeto desembarcar no Brasil, o time de design baseado na matriz na Alemanha tratou de dar à cabine uma aparência única, capaz não só de fazer a marca ser reconhecida em qualquer mercado mundo afora, como também transmitir robustez e potência, com vincos limpos e marcantes.
“A nova cabine nasceu no mesmo estúdio onde são concebidos veículos comerciais e até alguns automóveis do grupo”, diz João Hermann, gerente de marketing da Volkswagen Caminhões, durante a apresentação do caminhão na fábrica da montadora em Resende (RJ). “Mesmo que se retire o logotipo da Volkswagen, o Delivery é imediatamente reconhecido como um modelo da marca.”
Embora pensado para atender os mercados latino-americanos, o Delivery é peça-chave na estratégia de globalização da fabricante. Seja exportando ou mesmo montando os produtos nos mercados internacionais, a montadora já traça planos de entregar mais de 20 mil unidades para fora do Brasil entre cinco e dez anos.
A concepção da família Delivery, veículo com foco na distribuição urbana de carga com capacidades para 3,5, 4, 6, 9, 11 e 13 toneladas de peso bruto total (PBT), alçou a nova geração da gama a um patamar superior no segmento. A melhor definição do produto está em ser um caminhão por fora e automóvel por dentro.
O exterior é marcado por elementos aerodinâmicos e funcionais, como os defletores de ar integrados às características visuais da cabine, desde a lateral da porta até a grade dianteira. Já o espaço interno não deixa dúvida: a disposição dos instrumentos no painel e o acabamento praticamente colocam o motorista em um carro Volkswagen, porém, em ambiente mais amplo. A cabine tem 2 metros de largura interna.
O projeto, chamado na Volkswagen Caminhões de Phevos, surgiu para dar vida a veículos de carga de segmentos mais leves. O propósito inicial foi desenvolver um produto inédito na linha de caminhões da montadora. Daí para criar uma família foi um passo.
“O alto investimento não justificava um modelo único. Então, decidimos incorporar representantes nos segmentos de leves e médios”, justifica Ricardo Alouche, vice-presidente de vendas, marketing e pós-venda da Volkswagen Caminhões. “Agora, temos um produto com características de caminhão, com cabine avançada e sem abrir mão da versatilidade de um comercial leve.”