O visitante que percorrer os corredores do São Paulo Expo, o novo endereço da Fenatran, o Salão Internacional do Transporte de Cargas, certamente sairá de lá com algumas certezas: a feira ficou mais organizada e confortável em um novo espaço em comparação ao antigo local, o Pavilhão de Exposição do Anhembi. Depois, reconhecerá que setor avançou com produtos mais avançados e eficientes e, por que não, bonitos.

Na edição de 2015, na fase mais aguda da crise, a maior parte das montadoras optou em não participar do evento. Desta vez, elas voltaram à carga com novidades prontas para contribuir com um transporte mais rentável e lucrativo.

Bastam os primeiros passos no recinto para perceber a evolução as máquinas. A DAF, uma das poucas a participar da edição passada, é uma das primeiras a ser vista logo depois da porta da entrada principal. A montadora de Ponta Grossa (PR) ampliou sua gama de caminhões e, a partir de Fenatran, passa a ter produtos para atuar em aplicações fora de estrada com modelos das linhas CF e XF, especialmente voltados para os segmentos canavieiros e florestal. Os caminhões, desenvolvidos para composições de 11 eixos e capacidade para 91 toneladas, são equipados com motores de 460 ou 510 cv e frutos de investimento de R$ 50 milhões.

Perto dali, a Volvo comemorou 90 anos de existência com edições especiais luxuosas baseadas no FH com 460 ou 540 cv, o Performance Edition. Também levou para a feira o primeiro caminhão autônomo do Brasil. O modelo criado em cima do VM foi desenvolvido para suprir demanda do setor canavieiro. O veículo é capaz de trafegar por entre as linhas da plantação sem pisotear as mudas remanescentes, o que garante uma produção mais robusta na próxima colheita.

Na MAN Latin America, a nova linha de caminhões Delivery enche os olhos dos visitantes. Os modelos trazem modernidade no design e na mecânica para as aplicações de distribuição urbana de carga. A montadora já adiantou que até o fim de 2018 toda a família contará com câmbio automatizado a partir da opção para 3,5 toneladas. Mas a companhia também mostra tendência ao expor o primeiro caminhão leve 100% elétrico brasileiro, projeto em parceria com a Eletra, de São Bernardo do Campo (SP). No ano que vem, o Delivey elétrico estará nas ruas em teste na distribuição de bebidas com a Ambev.

A Ford mostra o que prepara para oferecer ao setor em breve. O Ford Cargo Connect, ainda como protótipo, reúne tecnologias de conectividade e de assistência de direção com objetivo de entregar segurança e produtividade, especialmente para o pequeno e médio empresário do transporte, perfis com menores possibilidades de acesso à tecnologia.

Desfile de inovações e cores predominam no estande da Mercedes-Benz. Nos últimos anos, a montadora segue à risca o compromisso de ouvir as estradas para incorporar nos seus produtos as demandas do caminhoneiro. A família Actros ficou mais brasileira para atender a realidade do transporte nacional. Os leves Accelo ganharam opção de cabine estendida e câmbio automatizado e, na gama Axor, o espaço interno ficou mais amplo com o rebaixamento do túnel do motor. Todo o portfólio tem agora mais opções de cores foscas ou metálicas, rompendo o paradigma monocromático.

A Scania leva muito a sério o serviço pós-venda baseado na conectividade, mas também amplia a linha de caminhões rodoviários com motores de 450 e 510 cv. Mostra também a mais recente novidade para a mineração, o bruto Heavy Tipper, e lança modelo para atuar com 11 eixos e capacidade para 91 toneladas baseado na cabine R com motor V8 de 620 cv, o motor mais potente fabricado no Brasil.

Ao lado da Scania, a Iveco, além de anunciar um novo ciclo de investimento de US$ 120 milhões para novos produtos, exibe sua solução para o segmento de semipesados com câmbio automatizado, o Tector Auto Shift. E adiantou mais dois modelos da família Tector, para 8 e 11 toneladas. A nova Daily City também marca presença no estande nas versões cabine chassi e furgão.

Na área de comerciais leves, a Peugeot mostra sua ofensiva no segmento com o lançamento do Expert em configurações para passageiro e carga. O modelo traz inovações práticas ao segmento de até 3,5 toneladas, como possibilidade de abrigar cargas de até 4 metros de comprimento no assoalho e portas traseiras que abrem 180°, o que permite uso de empilhadeiras.