Tecnologia

Abastecimento de hidrogênio para caminhão vem aí

Empresas vão desenvolver sistema de abastecimento de hidrogênio líquido para caminhões com células a combustível

Redação

28 de dez, 2020 · 6 minutos de leitura.

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Daimler e Linde desenvolvem tecnologia de abastecimento de hidrogênio
Daimler e Linde desenvolvem tecnologia de abastecimento de hidrogênio
Crédito:Daimler Trucks/Divulgação
Daimler e Linde desenvolvem tecnologia de abastecimento de hidrogênio

A Daimler Truck AG e a Linde assinaram um contrato para desenvolver a tecnologia de abastecimento de hidrogênio líquido para caminhões. O objetivo é atender caminhões elétricos. Mas os com energia gerada por células a combustível.

Em outras palavras, tornar prático o processo de reabastecimento. Para isso, as empresas vão se concentrar em um novo processo. Ou seja, com hidrogênio líquido "sub-resfriado", "tecnologia sLH2".

Essa tecnologia permite que o abastecimento seja feito com maior densidade. Assim como de modo mais rápido. E também com maior eficiência energética.


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Novo sistema será simplificado

Nesse sentido, o processo usa níveis de pressão mais altos do que a do ambiente. Bem como controle de temperatura especial.

Com isso, dá para evitar os chamados efeitos de fervura e "retorno do gás". Isso ocorre quando o gás do tanque do veículo retorna durante o reabastecimento.

O sistema não exigirá uma complexa comunicação de dados entre o posto e o caminhão durante o reabastecimento. Todavia, a tecnologia permite conceitos mais simples de posto de abastecimento.


Abastecimento com hidrogênio começa em 2023

Para o armazenamento de energia, a densidade é melhorada. Isso porque o nível de pressão é mais alto que o do ambiente. Portanto, aumenta a massa de hidrogênio no tanque.

As empresas planejam fazer o primeiro reabastecimento de um protótipo na Alemanha, em 2023. No entanto, a Daimler Truck AG e a Linde querem ter total transparência. Isso com relação às tecnologias desenvolvidas em conjunto.

Dessa forma, será possível ampliar o número de empresas desenvolvedoras. Ou seja, no caso de tecnologias de reabastecimento. Além de ajudar a crescer a frota movida a hidrogênio líquido.


Hidrogênio é tecnologia chave para a Daimler

Sven Ennerst é membro do conselho de administração da Daimler Truck. E atua no desenvolvimento e compras da região da China. Para ele, a empresa, busca opções de transporte livres de emissões de CO2 no futuro.

Nesse sentido, a célula a combustível à base de hidrogênio é uma tecnologia chave. E também de importância estratégica.


"Mediante nossa colaboração com a Linde, queremos aumentar a viabilidade e a aceitação na indústria de caminhões com células a combustível com base no hidrogênio. O novo processo pode aumentar ainda mais as inúmeras vantagens que o hidrogênio líquido oferece".

Mercedes-Benz GenH2 Truck

Em setembro de 2020, a Daimler Truck AG apresentou o Mercedes-Benz GenH2 Truck. O caminhão é um conceito. E é a célula a hidrogênio.

A fabricante quer demonstrar as opções de tecnologias para os caminhões de transporte de longo percurso. O hidrogênio é uma das opções. Afinal, garante autonomia de 1000 quilômetros ou mais com um único tanque.


Nesse sentido, a Daimler Trucks planeja testar o novo caminhão com clientes em 2023. A produção em série deverá ter início na segunda metade desta década.

O uso de hidrogênio líquido permite desempenho similar ao de caminhões equivalentes movidos a diesel. Ou seja, o novo tipo de abastecimento vai ser usado no futuro caminhão.

Mas antes disso, precisará funcionar nos protótipos. Dessa forma, a fase de testes é muito importante.


Hidrogênio líquido

A Daimler Trucks vai utilizar o hidrogênio líquido (LH2). Isso porque nesse estado a transmissão da energia tem uma densidade muito mais alta em relação à do hidrogênio gasoso. Ou seja, os tanques do caminhão podem ser menores.

Além disso, devido à menor pressão, são também significativamente mais leves. Como resultado, dão ao veículo maior capacidade de carga útil.

Ao mesmo tempo, pode-se transportar mais hidrogênio. Na prática, isso aumenta substancialmente a autonomia do caminhão.


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